O Mundo Perdido - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 150 / 286

A força dos pais parecia ilimitada: vimos, com efeito, um dos grandes enlaçar com as patas anteriores o tronco de uma árvore imensa e arrancá-la do solo como se fosse uma simples vara, a fim de saborear a folhagem da copa. Este acto testemunhava, sem dúvida, um grande desenvolvimento muito relativo do seu cérebro, porque procedeu de tal maneira que a árvore lhe caiu em cima da cabeça, e pôs-se a soltar gritos agudos ... Por muito forte que fosse, a sua resistência tinha limites! Este incidente deu-lhe verosimilmente a ideia de que o local era perigoso; deambulou lentamente para sair do bosque, seguido pelo cônjuge e pelos três monstruosos rebentos. No meio das árvores as escamas cor de ardosia voltaram a brilhar; as suas cabeças ondulavam por cima do matagal. Depois desapareceram.

Fitei os meus companheiros. Lorde John estava de pé, um dedo no gatilho da sua espingarda para elefantes; no seu olhar fixo, feroz, exprimia-se todo o ardor apaixonado do caçador. O que não teria ele dado para possuir uma tal peça (falo da cabeça, apenas') por cima da chaminé de Albany entre os pares de remos cruzados! E, no entanto, manteve o sangue frio: a exploração do país das maravilhas dependia da nossa habilidade em passarmos despercebidos. Os dois professores estavam mergulhados num êxtase silencioso. Na excitação do momento haviam dado a mão um ao outro e permaneciam como dois gaiatos petrificados diante de um brinquedo novo. As faces de Challenger subiram sob o efeito de um sorriso angélico.





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