- Pode ser que isso não nos prejudique - refletiu Lorde John.
- Neste bosque devem produzir-se estalidos violentos, parecidos com detonações quando as árvores se fendem ou caem. Mas se quiserem conhecer a minha opinião, parece-me que já tivemos emoções bastantes por hoje e que deveríamos procurar no acampamento um desinfectante. Quem diabo pode saber o veneno que estes diabos segregam?
Muito certamente, nenhum ser humano desde o começo do mundo vivera um dia assim! Contudo, aguardava-nos uma nova surpresa. Quando depois de termos seguido o curso de água chegámos à clareira e avistámos a cerca do acampamento estávamos convencidos que as nossas aventuras tinham terminado. Mas antes de podermos descansar, uma coisa deu--nos que pensar. A porta do Forte Challenger estava intacta e a cerca não fora destruída no entanto, na nossa ausência, um visitante gigantesco havia-se introduzido no nosso retiro. Nenhuma marca de pata ou pé nos revelou de que se tratava; apenas o ramo pendente da gigantesca árvore de especiarias à sombras da qual nos tínhamos instalado indicava de que maneira ele tinha chegado e partido. Sobre a sua força e suas más intenções não podíamos ter a mínima ilusão. O espectáculo oferecido pelas provisões era eloquente: encontravam-se espalhadas pelo chão; uma caixa de conserva de carne fora estourada e o seu conteúdo esvaziado. Uma caixa de cartuxos ficara reduzida a paus de fósforos; um dos reforços de cobre jazia triturado ao lado da caixa. Apoderou-se de novo das nossas almas um horror confuso e interrogámos com o olhar, cheios de pavor, as sombras negras que nos rodeavam; que monstro terrível elas dissimulavam?