- Não, nada disso! Vai ver a carta: não suscitará qualquer desavença, prometo-lhe!
- Bem. Fique com o meu gabinete e com a minha poltrona.
Encontrará aí papel; prefiro censurá-la antes de ir aos correios.
Custou-me muito esta carta, mas posso certificar sem me lisonjear que saiu muito bem feitinha! Li-a orgulhosamente ao meu censor:
Caro Professor Challenger,
O humilde estudante de história natural que sou sempre sentiu o mais profundo interesse pelas suas especulações acerca das diferenças que separam Darwin de Weissemann. Tive recentemente a ocasião de refrescar a memória ao reler...
- Mentiroso infernal! - murmurou Tarp Henry
... ao reler a sua magistral comunicação em Viena. Esta declaração lúcida e, em todos os pontos, admirável, parece-me encerrar o debate. Ela contém, no entanto, uma frase que cito: Protesto vigorosamente contra a asserção intolerável e puramente dogmática de que cada elemento separado é um microcosmos possuidor de ume arquitectura histórica elaborada lentamente através das séries de gerações. Não desejaria, perante pesquisas ulteriores, modificar esta declaração? Não a acha demasiadamente categórica? Com sua licença, pedir-lhe-ia um favor de uma conversa, porque se trata de um tema que me toca muito vivamente, e teria certas sugestões a fazer-lhe, que só poderia apresentar numa conversa privada. Com o seu consentimento, espero ter a honra de ser recebido em sua casa às onze horas da manhã, depois de amanhã, quarta-feira.
Com o meu mais profundo respeito sou, senhor, o seu muito sincero
Edward D. Malone