O Mundo Perdido - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 209 / 286

Ora bem, fica situado mesmo por cima da cidade dos homens-macacos e é aí que obrigam a saltar os prisioneiros. Estou certo de que se fossemos procurar bem descobriríamos grandes quantidades de ossadas. Na borda do escarpamento dedicam-se a uma espécie de parada, a uma cerimónia completa. Um após outro, os pobres diabos têm de saltar; para o público a diversão consiste em olhar se são primeiro feitos em bocados ou se são precipitados vivos sobre a estaca de juncos. Convidaram-nos para este espectáculo. Toda a tribo estava alinhada na borda. Quatro índios saltaram: os juncos perfuraram-nos como agulhas a um cubo de manteiga. Nada para admirar que os caniços tenham esquartejado o nosso pobre americano! Era horrível, mas apaixonante! Ficávamos todos fascinados quando mergulhavam porque aguardávamos a nossa vez.

Ora bem, a nossa vez não chegou. Guardaram seis índios para hoje, ao que compreendi, mas reservaram-nos o lugar de vedetas. Challenger talvez pudesse safar-se, mas Summerlee e eu figurávamos na lista. Exprimem-se tanto por sinais como por palavras e não é muito difícil compreendê-los. Disse então para comigo que era o momento de intervir. Havia arquitectado vagamente um plano, em todo o caso, tinha algumas ideias muito claras na minha cabeça. Tudo assentava em mim, porque Summerlee já não servia para nada e Challenger não valia mais. Na única vez que se encontraram próximo um do outro, descompuseram-se porque não podiam chegar a acordo acerca da classificação daqueles demónios de cabeça vermelha que nos mantinham cativos.





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