O Mundo Perdido - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 210 / 286

Um afirmava que provinham do driopiteco de Java, o outro sustentava que pertenciam à família dos pitecantropos. Doidos, hem! Desvairados! Mas eu, como lhe disse, tinha na cabeça uma ou duas ideias úteis. A primeira era que num terreno aberto aqueles brutos não corriam tão depressa como um homem: têm pernas curtas, arqueadas, e corpos pesados; o próprio Challenger poderiam dar-lhes uma dezena de metros de avanço num sprint, ao passo que eu e você bateríamos todos os recordes deles. A minha segunda ideia era que ignoravam tudo acerca das armas de fogo. Não creio que tenham percebido como é que eu ferira o camarada deles. Nesse caso, se conseguíssemos recuperar as espingardas, tudo mudaria.

"Portanto, esta manhã cedo intervim. Apliquei ao meu guarda um directo no estômago que o estendeu ao comprido e executei a minha corrida até ao Forte Challenger. Aqui encontrei-o a si, peguei nas espingardas e cá estamos escondidos à espera de melhor.»

- Mas os professores? - exclamei consternado.

- Ora bem, resta-nos ir procurá-los. Não podia trazê-los: comigo. Challenger estava em cima da árvore e Summerlee não se aguentaria. A única hipótese consistia em recuperar as espingardas primeiro e tentar um salvamento. Evidentemente puderam, entretanto, chaciná-los para se vingarem. Não penso que toquem em Challenger, mas não digo nada quanto a Summerlee. De qualquer modo, tinham-no à sua mercê. Eis porque não acredito que a minha fuga haja agravado a situação. Mas a honra ordena-nos que voltemos, que os salvemos ou que vejamos o que lhes sucedeu.





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