O Mundo Perdido - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 235 / 286

Atirou para dentro dele uma cana oca e gritou de arrebatamento como um estudante por, ao tocar-lhe com um fósforo aceso, ter provocado uma explosão e uma chama azul na extremidade da cana. E a sua alegria não conheceu limites quando, tendo ajustado à ponta da cana uma bexiga de couro que se encheu de gás, o largou no ar.

- Um gás inflamável e que é notavelmente mais leve do que a atmosfera. Atrevo-me a dizer que contém uma proporção considerável de hidrogénio livre. Os recursos de G.E.C. não se acham esgotados, meu jovem amigo! Ainda vou demonstrar-lhe como um grande cérebro disciplina toda a natureza para pô-Ia ao seu serviço.

Aludia a uma ideia que lhe ocorrera, mas não quis dizer-nos mais a seu respeito.

Nada nos pareceu mais maravilhoso do que este grande lençol de água diante de nós. O nosso número e o nosso barulho tinham assustado todas as criaturas vivas e, à excepção de alguns pterodáctilos que desenhavam círculos ao longe por cima de nós, tudo estava calmo em torno do acampamento. Mas esta calma não se via nas águas rosadas do lago central, que fremiam e se elevavam como sob o efeito de uma vida própria. Grandes espinhaços cor de ardósia e barbatanas com a forma de dentes de serra apareciam com uma franja prateada e, depois, seguiam de novo para as grandes profundidades. Ao longe, os bancos de areia mostravam-se salpicados de formas rastejantes: enormes tartarugas, sáurios estranhos, e até um grande animal, chato como um tapete que palpitasse e negro com pele gordurosa, que vimos deslizar lentamente para o lago.





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