O Mundo Perdido - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 259 / 286

No planalto cresce uma árvore seca, betuminosa, a que os nossos botânicos chamam araucairo, e com que os índios fazem archotes. Pegámos num molho de madeira e dirigimo-nos para a caverna marcada com uma cruz. Como eu tinha anunciado, encontrava-se desabitada, à excepção de uma colónia de enormes morcegos que esvoaçaram à nossa volta quando ali nos metemos. Não estando interessados em despertar a atenção dos índios para esta visita titubeámos no escuro até contornarmos uma quantidade de curvas que calculámos suficientes. Então acendemos os nossos archotes: era um túnel magnificamente seco, com paredes cinzentas muito lisas recobertas de símbolos pelos indígenas e um tecto abobadado que formava um arco sobre as nossas cabeças. Caminhámos por cima de areia branca que cintilava debaixo dos nossos pés. Apressámo-nos febrilmente mas, para grande decepção nossa, tivemos de parar: elevava-se à nossa frente um muro de rochas que nem sequer apresentava uma fenda por onde um rato pudesse passar. Nada a fazer para nos evadirmos por ali.

Com o coração cheio de amargura observámos este espectáculo inesperado. Não provinha de uma catástrofe qualquer: formava, e sempre formara, um beco.

- Não tem importância, meus amigos! - declarou Challenger, que não se deixava abater por tão pouco. - Têm a minha promessa para o balão.

Summerlee gemeu.

- Talvez estejamos numa caverna errada? - arrisquei. - Não nos enganámos?

- Não vale a pena, bebé! - disse Lorde John pousando um dedo no mapa. - A décima sétima à direita, a segunda à esquerda.





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