- A menos que estejamos perante um brincalhão primitivo - sugeriu Summerlee. - Acho que os jogos fazem parte do desenvolvimento elementar do homem.
- É uma espécie de escrita! - declarou Challenger.
- Dir-se-ia um puzzle - disse Lorde John torcendo o pescoço para examiná-lo.
De súbito, estendeu o braço e tirou-me o puzzle.
- Cá está! - gritou. - Creio que resolvi o problema. Olhem: Quantos riscos há nesta casca? Dezoito. Ora, há dezoito aberturas de cavernas no flanco do escarpamento por cima de nós.
- Ele fez um gesto para nos mostrar as cavernas quando me deu o rolo. - lembrei eu.
- Claro! É um mapa das cavernas. Hem! Estão dezoito em linha: algumas pouco profundas, outras profundas, ainda outras com ramificações. Vimo-las bem, hem? E a cruz indica a mais profunda. - A que desemboca do outro lado, no exterior! - exclamei. . - Creio que o nosso jovem amigo decifrou o enigma - reflectiu Challenger. - Se a caverna não atravessa o escarpamento, não compreendo porque é que esta pessoa, que só nos quer bem, teria atraído especialmente a nossa atenção para ela. Mas se, na verdade, o atravessa e sai numa altura correspondente do outro lado, ainda teríamos cerca de quarenta metros a percorrer na descida.
- Quarenta metros! - resmungou Summerlee.
- E então? - exclamei. - A nossa corda não tem mais de quarenta metros de comprimento? Podemos certamente descer por lá! - E os índios que habitam na caverna? - objectou Summerlee.
- Não há índios nas cavernas que ficam. por cima de nós - respondi. - Estão todas utilizadas como entrepostos ou granjas. Aliás, porque não ir já de seguida lá ver?