O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 45 / 286

Passou-me uma fotografia 12 X 16,5.

- ...O aspecto não satisfatório desta foto provém do facto de que ao descer um rio o meu barco se virou e a, mala que continha as películas não reveladas partiu-se; as consequências deste naufrágio foram desastrosas. Quase todos os negativos ficaram destruídos: perda irreparável! Fará o favor de aceitar esta explicação para as deficiências e as anomalias que notar. Avançaram a palavra fraude: não me sinto com humor para discutir este ponto.

A fotografia estava evidentemente muito descolorida, um crítico mal disposto teria podido interpretar mal a sua superfície Incerta. Era uma paisagem cinzenta, baça; debruçando-me sobre os pormenores para decifrá-los, apercebi-me de que representava uma longa linha extremamente alta de falésias: dir-se-ia uma Imensa catarata vista de longe; e, no primeiro plano, uma planície em declive ascendente achava-se salpicada de árvores.

- Creio que é o mesmo local que foi pintado pelo americano - disse eu.

- Efectivamente, é o mesmo local! - respondeu o professor. - Encontrei os vestígios do acampamento do sujeito. Agora olhe para isto.

Era uma vista tomada de mais perto, do mesmo local: mas a fotografia estava muito defeituosa. Pude, todavia, distinguir o pico rochoso coroado de uma árvore e isolado, que se destacava em frente do escarpamento.

- Sem dúvida é a mesma coisa! - declarei.

- Ora bem, aí temos um facto adquirido! - disse o professor. - Progredimos, não é verdade? Quer, agora, olhar para o cume deste pico rochoso?