Foi um belo banzé! Os estudantes estavam encantados por ver os grandes deuses do seu Olimpo a discutirem entre si. Challenger ergueu da cadeira a sua silhueta maciça.
- E, quanto a mim, vejo-me na obrigação de solicitar-lhe, Mr. Waldron, que ponha termo a asserções que não estão estritamente conformes aos factos científicos.
Estas palavras desencadearam uma tempestade.
- E vergonhoso! Vergonhoso! Olhem para isto! Tirem-no daqui! Ponham-no fora da tribuna! Sejam bons jogadores!
Eis o que traduzia o divertimento ou o furor. O presidente, de pé, batia palmas e balia, muito excitado:
- Professor Challenger ... Ideias ... pessoais ... mais tarde ... Estas palavras eram as pontas sólidas que emergiam por cima de um murmúrio inaudível. O interruptor inclinou-se, sorriu, acariciou a barba e deixou-se cair novamente na cadeira. Waldron, muito vermelho, prosseguiu as suas observações. Uma vez por outra, quando se entregava a uma afirmação, lançava um olhar venenoso ao seu contraditor que parecia dormitar pesadamente, com o mesmo sorriso rasgado e tranquilo no rosto.
Por fim, a conferência atingiu o seu termo. Acho que a conclusão foi ligeiramente precipitada porque a peroração careceu de rigor e de lógica: o fio da argumentação fora brutalmente quebrado. A assistência permaneceu na expectativa. Waldron tornou a sentar-se. O presidente emitiu um gorjeio; então o Professor Challenger levantou-se e avançou para a esquina da tribuna. Animado pelo meu zelo profissional, tomei nota do seu discurso em estenografia.