O Mundo Perdido - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 64 / 286

Exprimo esta reflexão, que e a própria evidência, de modo algum movido pelo desejo de denegrir Mr. Waldron pessoalmente, mas a fim de que não percam o sentido das proporções e que não tomem o menino de coro pelo grande sacerdote. (Nesta altura Mr. Waldron sussurrou algumas palavras ao Presidente que se soergueu na cadeira dirigindo-se com severidade à garrafa.) Mas quanto a isto já chega. (Vivos aplausos prolongados.) Abordemos um assunto de interesse mais vasto. Qual é o ponto particular sobre o qual eu, pesquisador desde sempre, desafiei a habilidade do nosso conferencista? Sobre a permanência de alguns tipos da vida animal na terra. Não falo deste assunto como amador nem sequer, acrescentarei, como conferencista popular. Falo como alguém cuja consciência científica lhe impõe o respeito pelos factos. Nesta qualidade, declaro que Mr. Waldron comete um erro grosseiro quando supõe, porque nunca viu com os seus próprios olhos um animal pré-histórico, que este género de criaturas já não existe. São de facto, como ele nos disse, os nossos antepassados, mas não, se posso exprimir-me assim, os nossos antepassados contemporâneos, que qualquer um pode ainda encontrar com todas as suas características hediondas e formidáveis, desde que possua a energia e audácia de procurá-los nos seus antros. Criaturas que se julgam ser jurássicas, monstros que caçariam e devorariam os nossos maiores e mais ferozes mamíferos, ainda existem. (Gritos de «ldiota!.: Prove-o!... Como sabe?.. Falta demonstrar!»)




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