O Mundo Perdido - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 90 / 286

- Oh, vejamos! Devemos entrar no jogo conformando-nos com as regras - respondeu Lorde John. - Trata-se de um caso particular desse velho Challenger; estamos aqui graças à sua vontade; seria ofensivo para ele e para nós se não seguíssemos à risca as suas instruções.

- Um lindo caso, sim! - exclamou o professor. - Em Londres ele tinha-me chocado pelo absurdo. Mas quanto mais o tempo passa, mais o absurdo me parece monumental. Ignoro o que contem o sobrescrito, mas se não ler nele nada de preciso serei tentado a tomar o próximo barco e apanhar o Bolivia em Pará. No fim de contas, tenho mais que fazer do que correr o mundo para desmentir as alucubrações de um louco! Agora, Roxton, está seguramente na hora.

- Está na hora! - respondeu Lorde John. - Pode apitar o pontapé de saída.

Pegou no sobrescrito a abriu-o com o canivete. Tirou uma folha de papel dobrada. Com precaução desdobrou-a e estendeu-a em cima da mesa. Era uma folha branca, virgem tanto no verso como no anverso. Olhámos uns para os outros em silêncio, consternados, até que o Professor Summerlee rompeu num riso zombeteiro.

- Aí têm uma confissão completa! - exclamou. - Que mais desejam? O sujeito é um trapaceiro; ele próprio concorda com isso. Só nos resta voltar para casa e desvendar a impostura!

- E -se ele tivesse utilizado uma tinta invisível? - arrisquei eu.





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