A Origem das Espécies - Cap. 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Pág. 372 / 524

CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

A distribuição presente não pode ser explica da por diferenças em condições físicas - Importância das barreiras - Afinidade das produções do mesmo continente - Centros de criação - Meios de dispersão, por mudanças climáticas, de nível do solo, e por meios ocasionais - Alcance mundial da dispersão durante o período glacial.

Ao considerar a distribuição dos seres orgânicos à superfície do globo, o primeiro grande facto que nos impressiona é que nem a semelhança nem a dissemelhança dos habitantes de várias regiões podem ser explicadas pelas suas condições climáticas e outras condições físicas. Recentemente, quase todos os autores que estudaram o assunto chegaram a esta conclusão. O caso da América seria quase suficiente para provar a sua verdade: pois se excluímos as partes setentrionais onde a terra circumpolar é quase contínua, todos os autores concordam que uma das divisões mais fundamentais na distribuição geográfica se dá entre o Novo e o Velho Mundo; porém, se viajamos pelo vasto continente americano, desde as partes centrais dos Estados Unidos até ao seu extremo meridional, deparamo-nos com as condições mais diversificadas; as regiões mais húmidas, desertos áridos, montanhas majestosas, pradarias, florestas, pauis, lagos e grandes rios, sob quase todas as temperaturas. Dificilmente haverá uma condição climática no Velho Mundo que não tenha o seu equivalente no Novo - pelo menos tão aproximadamente como as mesmas espécies em geral precisam; pois é raríssimo encontrar um grupo de, organismos confinado a qualquer pequeno local cujas condições sejam apenas ligeiramente peculiares; por exemplo, poder-se-ia destacar no Velho Mundo pequenas áreas mais quentes do que quaisquer áreas no Novo Mundo e, no entanto, estes não são habitados por qualquer flora ou fauna peculiares.





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