Temos razões para crer, como se afirmou no primeiro capítulo, que uma mudança nas condições de vida, agindo em especial sobre o sistema reprodutivo, causa ou intensifica a variabilidade; e no caso precedente as condições de vida sofreram supostamente uma mudança, o que seria manifestamente favorável à selecção natural, oferecendo uma maior probabilidade de ocorrerem variações benéficas; e a menos que ocorram variações benéficas, a selecção natural nada pode fazer. Não creio que seja necessária uma quantidade extrema de variabilidade; tal como o homem pode seguramente produzir grandes resultados acumulando numa dada direcção meras diferenças individuais, também a natureza o pode fazer, mas com muito mais facilidade, uma vez que dispõe de uma quantidade de tempo incomparavelmente maior. Tão-pouco acredito que haja uma efectiva necessidade de qualquer grande mudança física, climática ou qualquer nível invulgar de isolamento que impeça a imigração, para a produção de novos espaços vagos que a selecção natural possa preencher através da modificação e aperfeiçoamento de alguns habitantes variáveis. Pois, enquanto todos