Harbert estava pior e as tisanas já não produziam qualquer efeito. O infeliz rapaz ora delirava, ora caía numa prostração profunda. Spilett, que não abandonava a cabeceira do doente, acabou por perceber a razão daquele agravamento. Com efeito, a alternância entre os delírios e as convulsões da febre e as fases de letargia só podia significar uma coisa: Harbert sofria de uma crise de malária, doença que certamente contraíra numa das idas aos pântanos mas que só agora se revelara, dado o enfraquecimento generalizado do organismo do rapaz por causa dos ferimentos.
Era urgente combater o mal, evitando novo febrão que poderia ser mortal! Como não tinham quinino - o remédio mais indicado contra a malária ou paludismo - ainda tentaram chás de casca de salgueiro, mas sem resultados...
Na noite de 7 de Dezembro, Harbert teve um novo ataque e tão violento, que Gedeão Spilett acreditou que o jovem amigo se despedia da vida. Era terrível verificar que o doente já não reconhecia ninguém, ora contorcendo-se delirante, ora quedando- -se inanimado! De repente, Top, possuído de estranha agitação, começou a rosnar, sendo logo acalmado pelo dono, em respeito pela agonia do moribundo.
Pelas cinco da manhã, mal despontava a aurora, Pencroff, que não conseguia ficar quieto de tanta aflição, andando de quarto em quarto entrou no salão.