CAPÍTULO VI Meia hora mais tarde, Cyrus Smith e Harbert estavam de volta ao acampamento. O engenheiro limitou-se a informar os companheiros de que a terra aonde o acaso os lançara, era uma ilha. Depois, cada um se acomodou conforme pôde para dormir.
No dia seguinte, 30 de Março, pelas sete da manhã, iniciaram a subida ao topo do vulcão, para observarem mais atentamente aquela ilha que, provavelmente, os manteria prisioneiros para toda a vida. Ninguém mostrava preocupação de maior por esse facto, confiantes que se sentiam em si próprios e, sobretudo, nas capacidades do engenheiro Smith. Ele saberia como arrancar da terra selvagem tudo o que fosse necessário à subsistência de todos eles.
O tempo estava magnífico e a escalada até ao topo fez-se sem quaisquer dificuldades. Atingido o cimo do segundo cone, Smith e os companheiros quedaram-se silenciosos, de olhos postos no imenso oceano que os rodeava... Spilett quebrou o silêncio com uma pergunta:
- Qual será o tamanho desta ilha?
- Meus amigos, creio não estar muito enganado se disser que o perímetro de costa não excede os cento e sessenta quilómetros - respondeu Cyrus Smith, depois de observar cuidadosamente a orla marítima, extremamente recortada, sem esquecer de tomar em consideração a altitude a que se encontravam.
Quanto ao aspecto geral do interior da ilha, havia a região arborizada a sul, entre a montanha e o litoral, enquanto a parte norte, pelo contrário, era árida e arenosa. Também se avistava um lago, situado a uns cem metros acima do nível do mar, entre o vulcão e a costa leste.
- Será um lago de água doce? - perguntou Pencroff. .
- Certamente que sim! - respondeu o engenheiro. - E deve ser alimentado pelas águas que escorrem da montanha.