A Rosa do Adro - Cap. 2: CAPÍTULO 2 Pág. 8 / 202

quem é que está doente?

- Ora quem há de ser? É a pobre da nossa égua preta, que deu aqui há dias um tropeção e ficou com uma perna aleijada; já a levei ao ferrador, mas o diabo tanto lhe fez como nada.

Fernando, ao ouvir estas palavras, soltou uma estrepitosa gargalhada.

- Tu de que te ris? - perguntou o José da Costa um pouco sério por aquela desconsideração às suas palavras.

- Pois o pai mandou-me aprender a curar gente, ou burros? - retorquiu Fernando, por entre uma nova risada.

- Não julguei que houvesse a menor ofensa no meu pedido...

- É com efeito um belo elogio à minha ciência: querer fazer de um médico-cirurgião um alveitar!...

- Está bom, homem, fico entendendo - respondeu o pai do rapaz, meio atrapalhado.

No entanto atalhou Fernando, compadecido da ignorância do seu pai, - vamos lá ver a égua por ser coisa cá da casa, mas fique sabendo que eu não estudo há oito ou nove anos para curar bestas; essa clínica deixamo-la a quem de direito pertence.

Fernando examinou a parte afetada do animal, mandou buscar um medicamento à farmácia da aldeia, ligou a perna doente, e, para terminar a história, daí a quatro dias a égua estava completamente curada e caminhava com todo o desembaraço.

Foi a primeira vitória alcançada pelo novo filho de Hipócrates.

Prossigamos agora na nossa narração, interrompida por este episódio.





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