Odes Modernas - Cap. 2: CAPÍTULO II - À HISTÓRIA Pág. 20 / 143

a Terra-prometida!

V

Ó Ideal! se é certo o que nos dizem,

Que é para ti que vamos, neste escuro…

Se os que lutam e choram e maldizem

Hão-de inda abençoar-te no futuro…

Se há-de o mal renegar-se, e se desdizem

Ainda os Fados seu tremendo auguro…

E um dia havemos ver, cheios d’espanto,

Deus descobrir-se deste negro manto…

Se o Destino impassível há-de, uma hora,

Descruzar os seus braços sobre o mundo,

E a sua mão rasgar os véus da aurora,

Que, alfim, luza também no nosso fundo…

Se há-de secar seu pranto o olhar que chora,

E exultar inda o insecto mais imundo,

Mostrando o céu, à luz d’estranho dia,

As constelações novas da Harmonia…

Ah! que se espera então? O sangue corre,

Corre em ribeiras sobre a terra dura…

Não





Os capítulos deste livro