Na vila ouvia-se o toque a rebate. Dizia-se que era incêndio. Alguns vadios atravessaram a ponte muito açodados em direção às freguesias de onde soavam as primeiras badaladas. O regedor de Vilalva, o pai do José dias, descia esbaforido do monte do barreiro a dar parte à autoridade. Assim que se espalhou a nova em santo tirso, já se ouvia alarido de vozes. A garotagem dava vivas, e guinchava uns apupos prolongados que punham ecos nas margens tortuosas do rio ave. Os liberais de santo tirso rodearam o administrador, armados, com os seus criados. Os negociantes, com medo de saque, também saíram de clavinas. As famílias nas janelas faziam clamores, numa grande desolação. Naquela vila lembrava ainda a mortandade do tempo do cerco do porto, e havia velhos que presenciaram outra semelhante no tempo dos franceses. O regedor de Vilalva dissera que o comandante da guerrilha era o morgado de barrimau. Esta notícia fez aumentar o pavor, porque, se o morgado, sério, prudente e bravo, aceitara o comando dos populares é porque a coisa era séria. Os homens de negócio depuseram as armas, enfardelaram os valores e fugiram, caminho do porto.