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Capítulo 4: CAPÍTULO III

Página 24
O egresso pacificava-o; que deixasse lá a rapariga e mais o estudante; que se fosse preparando para desembainhar a espada do seu pai em defesa do trono e do altar. E o major:

- Estamos chegados a elas, Zeferino.

E o pedreiro, esfregando as mãos coriáceas, que rangiam como duas lixas friccionadas:

- A eles, senhor padrinho! A espada vai-se amolar vou pedi-la ao velho!

O pai de Zeferino, o Gaspar das lamelas, tinha sido alferes do 17 de linha; e, em 1834, como o perseguissem os liberais do concelho por pancadaria e testemunhos falsos nas devassas de 28, andou foragido alguns meses.

Sequestraram-lhe os bens; e o filho, que já era muito barbado e não tinha modo de vida, fez-se pedreiro. Depois, aplacadas as fúrias dos vencedores e restabelecida a justiça, restituíram ao Zeferino as terras devastadas. O ex-alferes saiu do seu esconderijo, e recolheu-se a casa com a espada muito cheia de verdete, dizendo que havia de lavá-la no sangue dos malhados. Em 1838, dia de natal, embebedou-se despropositadamente e saiu para a rua a dar vivas ao Sr. D. Miguel. Outros piteireiros, do mesmo credo, afetos às velhas instituições, responderam aos vivas com um entusiasmo homicida. O Gaspar foi buscar a espada, cingiu a banda sobre a niza de saragoça, pôs a barretina com os amarelos muito oxidados, e, à frente de um grupo de jornaleiros e garotos, caminhou para a cabeça do concelho a fim de oferecer batalha campal às autoridades. Além da espada do caudilho, havia na jolda três espingardas reiunas; o restante eram foices de gancho encavadas em grossas varas. Um porqueiro colossal floreava uma lâmina brunida da faca de matar os cevados. A guerrilha, já engrossada por outros bêbedos encontrados nas tabernas do trânsito, chegou à porta do morgado de barrimau, e a clamorosos brados elegeram-no general.

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 24

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196