A Brazileira de Prazins - Cap. 11: CAPÍTULO X Pág. 97 / 202

O veríssimo tinha a fatalidade femeeira do seu sósia, do Sr. D. Miguel. O capitão-mor, com o seu fino olho de raça, lobrigou as sentimentalidades da rapariga. Pagou generosamente ao escudeiro, e impô-lo. Voltou ao douro, e procurou o amparo de um realista poderoso, o António de melo, de Gouvinhas, o pai do Sr. Lopo Vaz, um grande ministro liberal cheio de embriões de coisas, o fidalgo de Gouvinhas nomeou-o feitor das suas quintas. Estava regalado; feitorizava pouco; o fidalgo admitia-o às suas palestras íntimas de política; mas um sobrinho do melo, um valente navalhista que chamavam em Coimbra o malagueta, ganhou-lhe ódio, por ciúmes de uma tecedeira chibante, uma raparigaça de tremer, de quadris roliços, a Libânia de covas. Travaram-se de razões. O malagueta correu sobre ele com um punhal. Veríssimo acobardou-se na sua posição dependente e despediu-se.

A Libânia tinha cordões e umas moedas ganhas com o pudor diluído no suor do seu bonito rosto, a corso das algibeiras copiosas dos vinhateiros. Seguiu-o para o porto em 1844. O neto do bispo D. João camelo abriu uma escola de primeiras letras em miragaia. Ao cabo do primeiro mês, dava pontapés impacientes nos garotos, andava ralado, não podia com aquela bestialidade da instrução primária. A Libânia queixou-se um dia de dor de dentes. Foi uma inspiração. O veríssimo resolveu fazer-se dentista, e foi estudar com o pinac, à rua de santo António, um bom homem. Andava neste tirocínio, quando encontrou no Tivoli, em frente da biblioteca, o nunes. A Libânia gostava muito de resvalar pela montanha russa, dava umas risadas argentinas, batia as palmas e queria montar os cavalos de pau que giravam no jogo da argolinha.

Quando se encontraram, o Torcato vinha pedir-lhe dinheiro. O pai tinha morrido, deixando a casa ao outro irmão.





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