A Origem das Espécies - Cap. 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA Pág. 190 / 524

Watson, o Dr. Asa Gray e o Sr. Wollaston de que geralmente, quando ocorrem variedades intermédias a duas outras formas, são numericamente muito mais raras do que as formas que conectam. Se podemos confiar nestes factos e inferências e, portanto, concluir que as variedades que conectam entre si duas outras variedades existiram em geral em menor número do que as formas por elas conectadas, creio então que podemos compreender a razão por que as variedades intermédias não persistem durante períodos muito longos - porque são regra geral exterminadas e desaparecem, mais cedo do que as formas que originalmente conectavam.

Pois qualquer forma existente em menor número, como foi já observado, correria maior risco de ser exterminada do que uma espécie que exista em grande número; e neste caso particular a forma intermédia seria eminentemente susceptível às incursões de formas intimamente próximas existentes de ambos os lados. Mas uma consideração muito mais importante, segundo creio, é a de que durante o processo de modificação posterior, pelo qual na minha teoria duas variedades supostamente se convertem e aperfeiçoam, tornando-se duas espécies distintas, as duas que existem em maior número por habitar áreas mais vastas, terão uma grande vantagem sobre a variedade intermédia, que existe em menor número numa zona estreita e intermédia. Pois as formas que existem em maior número terão sempre, em qualquer dado período, maior probabilidade de apresentar mais variações favoráveis para que a selecção natural as aproveite, do que terão as formas mais raras, que existem em menor número. Assim, as formas mais comuns, na corrida pela vida, tenderão a vencer e suplantar as formas menos comuns, pois estas modificar-se-ão e aperfeiçoar-se-ão mais lentamente.





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