Pois qualquer forma existente em menor número, como foi já observado, correria maior risco de ser exterminada do que uma espécie que exista em grande número; e neste caso particular a forma intermédia seria eminentemente susceptível às incursões de formas intimamente próximas existentes de ambos os lados. Mas uma consideração muito mais importante, segundo creio, é a de que durante o processo de modificação posterior, pelo qual na minha teoria duas variedades supostamente se convertem e aperfeiçoam, tornando-se duas espécies distintas, as duas que existem em maior número por habitar áreas mais vastas, terão uma grande vantagem sobre a variedade intermédia, que existe em menor número numa zona estreita e intermédia. Pois as formas que existem em maior número terão sempre, em qualquer dado período, maior probabilidade de apresentar mais variações favoráveis para que a selecção natural as aproveite, do que terão as formas mais raras, que existem em menor número. Assim, as formas mais comuns, na corrida pela vida, tenderão a vencer e suplantar as formas menos comuns, pois estas modificar-se-ão e aperfeiçoar-se-ão mais lentamente.