A Origem das Espécies - Cap. 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS Pág. 337 / 524

As formações secundárias são mais intermitentes; mas, como observou Bronn, nem o aparecimento nem o desaparecimento das suas muitas espécies, hoje extintas, foi simultâneo em cada formação distinta.

As espécies de diferentes géneros e classes não se modificaram ao mesmo ritmo ou no mesmo grau. Nas camadas terciárias mais antigas continua a poder-se encontrar, entre uma multidão de formas extintas, alguns moluscos que ainda hoje existem. Falconer deu um exemplo impressionante de um facto análogo, num crocodilo existente, associado a muitos mamíferos e répteis estranhos e extintos, nos depósitos sub-himalaicos. A língula silúrica pouco difere das espécies deste género que ainda vivem; ao passo que a maioria dos outros moluscos silúricos e todos os crustáceos se modificaram imenso. As produções terrestres parecem modificar-se a um ritmo mais veloz que as marinhas, das quais se observou recentemente um impressionante exemplo na Suíça. Há alguma razão para crer que os organismos considerados superiores na escala da natureza se modificam mais rapidamente do que os inferiores: embora haja excepções a esta regra. A quantidade de modificação orgânica, como observou Pictet, não corresponde estritamente à sucessão das nossas formações geológicas; pelo que entre cada duas formações consecutivas, as formas de vida raramente sofreram exactamente o mesmo grau de modificação. Porém, se compararmos quaisquer formações, à excepção das mais intimamente próximas, descobriremos que todas as espécies sofreram alguma modificação. Uma vez que uma espécie desaparece da face da Terra, temos razões para crer que a mesma forma idêntica nunca reaparece. A mais forte excepção aparente a esta regra é a das chamadas «colónias» de Sr. Barrande, que se introduzem





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