A Ilha Misteriosa - Cap. 20: CAPÍTULO II Pág. 128 / 186

- O brigue vem aí!

Os defensores da ilha dificilmente dominavam a ansiedade.

Seria terrível se ficassem expostos aos canhões do navio a tão curta distância, e sem capacidade de resposta eficaz! E como poderiam impedir um desembarque? Cyrus Smith avaliava perfeitamente a gravidade da situação e interrogava-se sobre o que fazer. A decisão - e tinha de ser rápida - cabia-lhe a ele. Mas qual? Refugiarem-se na Casa de Granito e suportar um cerco de semanas, ou de meses, até que os víveres se esgotassem? Os piratas não deixariam de tomar posse da ilha, que haviam de devastar a seu bel-prazer, e, no fim, acabariam sempre por lhes deitar a mão...

Entretanto, o Speedy aproximava-se da ponta inferior do ilhéu da Salvação. O comandante dos piratas aproveitara as anteriores surtidas dos escaleres para saber qual a melhor maneira de manobrar até ao canal. O plano de Bob Harvey era simples: fundear frente às Chaminés e daí flagelar com espingardas e canhões aqueles que já lhe tinham morto oito elementos da tripulação.

Com o vento a favor, não tardou muito que o brigue atingisse a foz do Mercy, mas, nessa altura, já o repórter e Nab se tinham reunido aos companheiros.

O engenheiro Smith decidiu-se:

- Vamos para a Casa de Granito antes que os bandidos nos vejam! Depois, faremos o que as circunstâncias nos ditarem!

Não havia um instante a perder. Os colonos esgueiraram-se para fora das Chaminés e, a coberto dos rochedos, precipitaram- -se para o elevador, subindo para casa, onde o cão Top ficara fechado desde a véspera.

Ora também depressa se frustrou a esperança de que, graças às obras de dissimulação, a Casa de Granito não fosse detectada pelos piratas... Uma bala apontada à porta acabava de fazer ricochete na parede do corredor!

- Maldição! Fomos descobertos! - gritou Pencroff.





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