- Uma caça de acordo com os caçadores aqui presentes! - riu-se Pencroff. - Até à mão se apanhavam! D
epois de o marinheiro ter enfiado os curucuis numa vara, continuaram a exploração. Subitamente, ia a tarde em meio, ouviram ressoar pela floresta uma espécie de trombeta! Os autores da estranha fanfarra eram, nada mais, nada menos, que uns quantos tetrazes, aves galináceas de carne extremamente saborosa. Contudo, todas as tentativas para lhes chegar perto foram inúteis.
- Está visto que não temos outro remédio, senão apanhá-los à linha! - exclamou Pencroff.
- Como se fossem peixes? - espantou-se o rapaz.
- Como se fossem peixes - respondeu o marinheiro.
Estava a falar a sério. As lianas forneceram as linhas e os espinhos dos arbustos os anzóis; alguns vermes serviriam de isco. Depois destes preparativos concluídos, aproveitando a fuga assustada dos tetrazes, chegaram-se aos ninhos e dispuseram os iscos a toda a volta. Escondidos atrás de uma árvore, Pencroff e Harbert limitaram-se a esperar, com as linhas bem seguras na mão. Como calculavam, as aves acabaram por regressar aos ninhos e não demorou muito que três delas mordessem os anzóis e ficassem presas.
- Viva! - gritou o marinheiro, correndo a apanhar a caça.
Harbert bateu palmas. Era a primeira vez que via apanhar pássaros à linha, mas o amigo, tomado de modéstia, confessou que a invenção não era dele.
Entretanto, a tarde começara a declinar e empreenderam o caminho de regresso a casa guiados pelo curso do rio.