A Ilha Misteriosa - Cap. 5: CAPÍTULO V Pág. 31 / 186

Seguiam em fila, com Harbert e Nab na dianteira, logo seguidos por Smith e Spilett; Pencroff fechava a marcha. Pelo caminho, notaram a presença de muitas espécies de animais, até que, a dada altura, toparam com uns, de chifres arqueados para trás, que o marinheiro se apressou a nomear:

- Olha, olha, carneiros!

Todavia, não se tratava de carneiros comuns, mas sim de cabras-monteses, uma espécie muito vulgar em zonas montanhosas e de clima temperado, conforme explicou Harbert.

- Mas têm pernas e costeletas boas para assar? - perguntou Pencroff.

- Claro que sim! - respondeu o rapaz.

- Pois então, para mim são carneiros! - rematou o marinheiro, despedindo-se dos animais com um "até à vista!" tão cómico, que os outros não contiveram o riso.

A subida continuou, cada vez mais penosa, devido à fadiga e ao terreno, que se ia tornando mais íngreme e agreste. Àquela altitude, a vegetação já escasseava, constando apenas de alguns pinheiros dispersos e retorcidos pelos ventos.

Pelas seis da tarde, estavam a uns escassos duzentos metros do planalto superior do primeiro cone; porém, a noite aproximava-se e urgia providenciar um acampamento. Escolheram um local abrigado entre uns penhascos e Pencroff e Nab encarregaram-se de acender uma fogueira com pederneira e o trapo queimado a servir de isca. Em breve, ardia um lume de tojos secos apenas destinado a aquecer o grupo de exploradores, já que a ceia estava assegurada com os restos do assado da véspera e uma boa quantidade de pinhões.

Cyrus Smith teve, então, a ideia de ir explorar o planalto circular onde assentava o cone superior da montanha. Na verdade, o engenheiro não conseguia descansar, enquanto não esclarecesse uma dúvida que muito o preocupava, isto é,





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