A Ilha Misteriosa - Cap. 12: SEGUNDA PARTE: O ABANDONADO - CAPÍTULO I Pág. 71 / 186

Pencroff manobrava à popa, enquanto Smith e Spilett seguiam atentos às margens. A paisagem, entretanto, também se modificara e à floresta quase impenetrável sucediam-se agora árvores cada vez mais dispersas e vastas clareiras. Harbert reconheceu imediatamente algumas dessas árvores como sendo eucaliptos, o que confirmava a teoria do engenheiro Smith de que a ilha Lincoln estaria à mesma latitude da Austrália e da Nova Zelândia.

A meio da tarde, avançava-se a custo. O leito do rio estreitava por entre penedias e o caudal, cada vez mais baixo, estava juncado de rochas e plantas aquáticas. Era evidente que se aproximavam da nascente do Mercy e, por conseguinte, dos contrafortes do monte Franklin...

- Não tarda muito vamos ser obrigados a parar, senhor Cyrus! - observou o marinheiro.

- Paremos, então! São horas de pensar no acampamento - respondeu Cyrus Smith.

Naquele local, o rio já não teria mais de três metros de largo e o bote quase roçava no leito pedregoso... Mais uma curva e tocou no fundo. Os colonos desembarcaram na margem direita e amarraram a barca a um tronco. Eram cinco da tarde e a noite não tardaria. Acenderam uma fogueira e cearam com um apetite devorador. Depois, os nossos exploradores acomodaram-se o melhor que podiam por entre os ramos de um maciço de lódãos e adormeceram profundamente.





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