A 10 de Outubro foi o lançamento ao mar. O barco flutuava em perfeito equilíbrio nas suas linhas de água e tudo indicava que navegaria nas melhores condições. O "capitão" Pencroff assim nomeado pelos companheiros - não cabia em si de contentamento e de orgulho! Agora só faltava baptizar o pequeno veleiro. Foram apreciadas várias propostas, mas a escolha acabou por recair, por unanimidade, no nome Boaventura que era, nada mais nada menos, o nome de baptismo de Pencroff.
O tempo estava soberbo, com mar calmo e uma ligeira brisa de noroeste. Assim sendo, o marinheiro decidiu que se fizesse o passeio de inauguração.
- Vá, toca a embarcar! - gritava ele, entusiasmado.
Pelas dez e meia, estavam todos a bordo, incluindo o cão e uma sacola bem provida de comida, pois tencionavam almoçar no mar.
Os passageiros do Boaventura estavam encantados com a navegação e com a perspectiva da sua ilha vista do mar! Pencroff manobrava habilmente o veleiro em direcção ao sul, sempre perto da costa, e, diante dos olhos dos colonos, iam-se desenrolando as belas paisagens da ilha Lincoln: os areais do litoral, a mata verdejante das florestas e o imponente monte Franklin, a dominar tudo com os seus cumes coroados de neve...
- Como é bonita a nossa ilha! - não se conteve Harbert.
Nisto, o rapaz exclamou:
- Vira a proa, Pencroff! Vira!
- Que há? Um rochedo? - perguntou o marinheiro.