O Mundo Perdido - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 103 / 286

Challenger espetou para o ar o queixo agressivo:

- Sem dúvida, cavalheiro, conhecimentos limitados poderiam verifica-la. Mas conhecimentos aprofundados conduzem a conclusões diferentes.

Encararam-se num desafio, enquanto à volta deles o mesmo murmúrio repetia incansavelmente: «Vamos matá-los... Vamos matá-los se pudermos!».

Quando caiu a noite, ancorámos as canoas com pedras pesadas à guisa de âncoras no centro do rio, e entregámo-nos a diversos preparativos tendo em vista um ataque eventual.

No entanto, nada sucedeu. De madrugada retomámos a nossa rota, enquanto o rufar dos tambores morria atrás de nós. Cerca das três horas da tarde encontrámos um rápido muito profundo que se prolongava por cerca de dois quilómetros: fora ele que provocara o desastre do Professor Challenger no decurso da sua primeira viagem. Confesso que me senti reconfortado ao vê-lo porque trazia-me a primeira confirmação directa da veracidade dos seus dizeres. Os índios transportaram primeiro as nossas canoas, depois as nossas provisões através dos bosques muito espessos neste local, enquanto que os quatro brancos, de espingarda ao ombro, se interpunham entre eles e qualquer perigo que pudesse surgir. Antes da noite, tínhamos franqueado o rápido e navegámos mais uma vintena de quilómetros; lançámos então a âncora para passar a noite.

Calculei que não tínhamos avançado mais de 170 quilómetros neste afluente do Amazonas.

Foi cedo, na manhã do dia seguinte, que se efectuou a nossa grande partida.





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