O Mundo Perdido - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 121 / 286

- Nas coisas que encontrei próximo do seu cadáver havia, de facto, uma caixa de giz de várias cores. Recordo-me de que o giz branco estava quase completamente gasto.

- Aí está seguramente uma prova forte! - disse Summerlee. Aceitemos Maple White como guia e sigamos a sua pista para oeste.

Tínhamos avançado sete ou oito quilómetros quando avistámos uma segunda seta branca nos rochedos. Pela primeira vez, a face do escarpamento estava fendida por uma espécie de greta. No interior desta greta uma outra seta apontava para o desfiladeiro, com a ponta ligeiramente levantada, como se o local indicado ficasse acima do nível do solo.

Era um sítio solene: as muralhas rochosas eram gigantescas; a luz encontrava-se obscurecida por uma orla dupla de verdura e apenas um clarão confuso penetrava até ao fundo. Não havíamos tomado qualquer alimento desde há várias horas e esta marcha difícil tinha-nos estafado; mas os nervos, demasiadamente tensos, não nos deixavam parar. Ordenámos aos índios que preparassem o acampamento e nós os quatro, acompanhados dos dois mestiços, avançámos pelo desfiladeiro apertado.

Mal tinha uma dúzia de metros de largura à entrada, mas cada vez se estreitou mais até terminar num cotovelo muito agudo, com paredes demasiado lisas para uma escalada. Certamente não era o caminho que o nosso predecessor tentara indicar. Voltámos para trás: o desfiladeiro não tinha mais de quatrocentos metros de profundidade. Por milagre, os olhos vivos de Lorde John poisaram-se no que procurávamos.





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