O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 187 / 286

Foi um passeio extraordinário cuja lembrança conservarei aée ao último dos meus dias. Quando encontrava clareiras banhadas de luar contornava-as rastejando na sombra. Na selva caminhava quase de gatas e parava de coração a bater quando ouvia ruídos de ramos partidos provocados, sem dúvida, pela passagem de animais enormes. De vez em quando, surgiam indistintamente na noite grandes silhuetas que logo desapareciam: silhuetas maciças, silenciosas, que erravam à caça sem fazer barulho. O numero de vezes que me detive para repetir para comigo que ir mais para diante seria uma loucura é incalculável. Contudo, o orgulho venceu o medo e tornei a partir sempre em frente a fim de alcançar o meu objectivo.

Enfim (pelo meu relógio era uma da manhã), vi água a bilhar através do extremo da minha selva: dez minutos mais tarde encontrava-me diante dos caniços que cercavam o lago central. Sentia muita sede; inclinei-me por cima da água e bebi vários golos: estava gelada. No sítio onde me encontrava havia uma espécie de pista larga com toda a espécie de marcas. Achava-me, sem qualquer dúvida diante do bebedoiro natural dos hóspedes terríveis e misteriosos do planalto. Na borda do lago erguia-se um grande bloco de lava isolado; escalei-o e obtive assim uma vista muito completa dos arredores.

A primeira coisa que distingui encheu-me de estupefacção.

Quando descrevera o panorama que tinha observado da copa da minha grande árvore, dissera que no escarpamento notara um certo número de manchas escuras que tinha assimilado às entradas de cavernas.





Os capítulos deste livro