O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 46 / 286

Observa aí alguma coisa?

- Uma árvore imensa.

- Mas em cima da árvore?

- Um grande pássaro.

Passou-me a lupa.

- Sim - disse eu inclinando-me com a lupa. - Um grande pássaro encontra-se empoleirado na árvore. Tem um bico considerável. Quase diria que é um pelicano.

- Não posso cumprimentá-lo pela sua boa vista! - murmurou o professor. - Não é um pelicano, nem sequer um pássaro. Não será sem interesse que ficará a saber que consegui matar com um tiro de espingarda esta amostra muito especial. Obtive aí uma prova formal: a única que poderia trazer para Inglaterra.

- Bom. Então tem-na?

Por fim havia corroboração tangível.

- Tinha-a. Foi infelizmente perdida com uma quantidade de outras coisas no mesmo acidente de barco que danificou ou destruiu as minhas fotografias. Agarrei-me a uma asa quando o animal desapareceu no turbilhão do rápido e fiquei com uma parte da dita asa. Quando fui atirado para a margem, estava desmaiado, mas o pobre vestígio do meu esplêndido espécime encontrava-se intacto. Ei-lo.

Tirou de uma gaveta o que me pareceu ser a parte superior da asa de um grande morcego; tinha, à vontade, sessenta centímetros de comprimento; era um osso encurvado, com um tecido membranoso por baixo.

- Um morcego monstruoso! - sugeri.

- De modo algum! - replicou severamente o professor. - Vivendo como é meu hábito numa atmosfera científica muito culta não teria podido, supor que os princípios básicos da Zoologia fossem tão ignorados!





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