A Origem das Espécies - Cap. 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL Pág. 132 / 524

Assim, segundo creio, se multiplicam as espécies e formam os géneros.

Num género vasto, é provável que mais do que uma espécie varie.

No diagrama, presumi que uma segunda espécie I produziu, por etapas análogas, após dez mil gerações, ou duas variedades bem marcadas (w10 e z10) ou duas espécies, segundo a quantidade de mudança que supostamente se representa entre as linhas horizontais. Após 14 mil gerações, seis novas espécies, assinaladas pelas letras n14 e z14 foram supostamente produzidas. Em cada género, as espécies, que são já extremamente diferentes em carácter, tenderão geralmente a produzir o maior número de descendentes modificados; pois estes terão maior probabilidade de preencher espaços novos e amplamente diferentes na organização da natureza: pelo que no diagrama I escolhi a espécie extrema A e a espécie quase extrema I, como as que variaram amplamente e deram origem a novas variedades e espécies. As outras nove espécies (assinaladas com letras maiúsculas) do nosso género original podem continuar, durante um longo período, a transmitir descendentes inalterados; e isto mostra-se no diagrama pelas linhas pontilhadas que não se prolongam para cima por falta de espaço.

Mas durante o processo de modificação representado no diagrama, outro dos nossos princípios, nomeadamente, o da extinção, terá desempenhado um papel importante. Visto que em cada região plenamente povoada a selecção natural age necessariamente por meio de uma vantagem que a forma seleccionada tem sobre as outras formas, haverá uma tendência constante nos descendentes aperfeiçoados de qualquer espécie para suplantar e exterminar, em cada fase da descendência, os seus predecessores e a sua antecessora original.





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