A Origem das Espécies - Cap. 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL Pág. 131 / 524

alguns casos, não duvido de que o processo de modificação se limite a uma única linha de descendência e que o número de descendentes não aumente; ainda que a quantidade de modificação divergente tenha aumentado nas gerações sucessivas. Este caso estaria representado no diagrama, se todas as linhas procedentes de A fossem removidas, excepto as que vão de a1 a a10. Do mesmo modo, por exemplo, o cavalo de corrida inglês e o perdigueiro inglês continuaram ambos, ao que parece, a divergir lentamente em carácter das suas castas originais, sem que tenham produzido novas ramificações ou raças.

Após dez mil gerações, a espécie A produziu supostamente três formas, a10, f10 e m10, que, por terem divergido em carácter nas gerações sucessivas, terão vindo a diferir, significativa mas talvez desigualmente, umas das outras e da sua antecessora comum. Supondo que a quantidade de mudança entre cada linha horizontal no nosso diagrama é excessivamente pequena, estas três formas podem ainda ser apenas variedades bem marcadas; ou podem ter alcançado a duvidosa categoria de subespécies; mas basta-nos supor que as etapas no processo de modificação são mais numerosas ou em maior quantidade, para converter estas três formas em espécies bem definidas: assim, o diagrama ilustra as etapas pelas quais as pequenas diferenças, que distinguem as variedades, aumentam, para se tornarem nas diferenças maiores, que distinguem as espécies. Dando continuidade a este processo durante um maior número de gerações (como no diagrama se mostra de uma maneira condensada e simplificada), obtemos oito espécies, assinaladas pelas letras entre a14 e m14, todas descendentes de A.





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