A Origem das Espécies - Cap. 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO Pág. 158 / 524

Hooker, nas espécies com as inflorescências mais densas que as flores interiores e exteriores diferem mais amiúde. Poder-se-ia pensar que o desenvolvimento das pétalas radiais a partir de nutrientes extraídos de outras partes da flor seria a causa da sua atrofia; mas em algumas Compósitas há uma diferença nas sementes dos flósculos exteriores e interiores e nenhuma diferença na corola. É possível que estas muitas diferenças estejam ligadas a alguma diferença no fluxo de nutrientes para as flores centrais e externas: sabemos pelo menos que, nas flores irregulares, as que estão mais próximas do eixo estão mais frequentemente sujeitas à peloria e tornam-se regulares. Posso acrescentar, como exemplo deste e de um impressionante caso de correlação, que observei recentemente em alguns pelargónios de jardim, . que a flor central do tufo perde com frequência as parcelas de cor mais escura nas duas pétalas superiores; e que, quando isto ocorre, a atrofia no nectário aderente é completa; quando falta a cor a uma das duas pétalas superiores apenas, o nectário é somente muito mais reduzido.

A respeito da diferença na corola das flores centrais e exteriores de uma cabeça ou umbela, não tenho de modo algum certeza de que a ideia de C. C. Sprengel de que os flósculos radiais servem para atrair insectos, cuja acção é altamente vantajosa na fertilização de plantas destas duas ordens, seja tão rebuscada como pode parecer à primeira vista: e se for vantajosa, a selecção natural pode ter entrado em jogo. Mas a respeito das diferenças na estrutura interna e externa das sementes, que nem sempre estão correlacionadas com quaisquer diferenças nas flores, parece impossível que possam ser, de alguma maneira, vantajosas para a planta: porém, nas Umbelíferas,





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