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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 159
estas diferenças são aparentemente tão importantes - havendo casos, segundo Tausch, em que as sementes são ortospérmicas nas flores exteriores e coelospérmicas nas flores interiores - que o velho De Candolle sustentou em diferenças análogas as principais divisões que fez daquela ordem. Pelo que vemos que as modificações de estrutura, consideradas muito valiosas pelos sistematizadores, podem dever-se inteiramente a leis de correlação de crescimento desconhecidas, sem que tenham, tanto quanto podemos ver, a mais ínfima utilidade para as espécies.

Podemos muitas vezes atribuir falsamente à correlação de crescimento estruturas que são comuns a grupos inteiros de espécies e que, em boa verdade, se devem simplesmente à hereditariedade; pois um progenitor antigo pode ter adquirido através da selecção natural alguma modificação de estrutura, e, após milhares de gerações, outra modificação diferente e independente; e seria muito natural considerar que estas duas modificações, tendo sido transmitidas a todo um grupo de descendentes com hábitos distintos, estão correlacionadas de alguma maneira necessária. Pelo que, mais uma vez, não duvido de que algumas correlações aparentes, que ocorrem em ordens inteiras, se devem inteiramente ao modo exclusivo de acção da selecção natural. Por exemplo, Alph. De Candolle observou que nunca se encontram sementes aladas em frutos que não abrem: devo explicar a regra pelo facto de que as sementes não se poderiam tornar aladas gradualmente através da selecção natural, excepto em frutos que abrissem; pelo que as plantas individuais que produzissem sementes um pouco mais bem adaptadas para ser transportadas mais longe através do ar poderiam obter uma vantagem sobre as que produzem sementes menos adaptadas à dispersão; e este processo não poderia de maneira alguma ocorrer num fruto que não abrisse.

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pág. 159 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 159

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491