A Origem das Espécies - Cap. 8: CAPÍTULO VII
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Seguindo o exemplo do Sr. Tegetmeier, separei dois favos e coloquei entre estes uma película de cera comprida, espessa e quadrada: as abelhas começaram instantaneamente a escavar nela minúsculas cavidades circulares; e à medida que aprofundavam estas pequenas cavidades, tornavam-nas cada vez mais amplas até as converterem em bacias rasas, que à vista desarmada pareciam perfeitamente exactas ou parte de uma esfera e com aproximadamente o diâmetro de um alvéolo. Foi muitíssimo interessante para mim observar que, onde quer que diversas abelhas tivessem começado a escavar estas bacias perto umas das outras, tinham começado a trabalhar a tal distância entre si que, quando a largura das bacias atingiu o valor atrás mencionado (ou seja, a largura aproximada de um alvéolo normal) e tinha em profundidade cerca de um sexto do diâmetro da esfera de que faziam parte, os rebordos das bacias intersectaram ou cederam mutuamente. Assim que isto ocorreu, as abelhas pararam de escavar e começaram a construir paredes de cera nas linhas de intersecção das bacias, de modo que cada prisma hexagonal foi construído sobre a margem coroada de uma bacia lisa, em vez de sobre as margens rectas de uma pirâmide trilátera, como no caso dos alvéolos comuns.

Então, em vez de um pedaço de cera espesso e quadrado, coloquei na colmeia uma camada fina, estreita e aguça da, tingida com cinabre. As abelhas começaram instantaneamente a escavar pequenas bacias em ambos os lados perto umas das outras, da mesma maneira que antes; mas a camada de cera era tão fina, que, se os fundos das bacias tivessem sido escavados à mesma profundidade que na experiência anterior, teriam cedido reciprocamente nos lados opostos. As abelhas, todavia, não permitiram que isto acontecesse





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