A Origem das Espécies - Cap. 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO Pág. 270 / 524

É notória a maneira complicada como as espécies Pelargonium, Fuchsia, Calceolaria, Petunia, Rododendro, etc., têm sido cruzadas, e, porém, muitos destes híbridos produzem semente livremente. Por exemplo, Herbert afirma que um híbrido da Calceolaria integrifolia e da plantaginea, espécies muitíssimo dissemelhantes em hábito geral, «reproduziu-se tão perfeitamente como se fosse uma espécie natural das montanhas do Chile». Esforcei-me por averiguar o grau de fertilidade de alguns dos complexos cruzamentos de Rododendros e estou seguro de que muitos deles são perfeitamente férteis. O Sr. C. Noble, por exemplo, informa-me que cria castas para fazer enxertos a partir de um híbrido entre o Rhod. ponticum e o catawbiense, e que este híbrido «produz semente tão livremente quanto é possível imaginar». Se os híbridos, quando tratados apropriadamente, continuassem a diminuir em fertilidade em cada geração sucessiva, como Gärtner crê que acontece, o facto teria sido notório entre os viveiristas. Os horticultores cultivam grandes canteiros com os mesmos híbridos e só esses são apropriadamente tratados, pois pela acção dos insectos os diversos indivíduos da mesma variedade híbrida podem cruzar-se livremente entre si, e assim se evita a influência prejudicial do entrecruzamento próximo. Qualquer um pode prontamente convencer-se da eficiência da acção dos insectos examinando as flores dos tipos mais estéreis de rododendros híbridos, que não produzem pólen, pois encontrará nos seus estigmas bastante pólen trazido de outras flores.

No que se refere aos animais, ensaiou-se cuidadosamente muito menos experiências cuidadosas do que no caso das plantas. Se é possível confiar nas nossas disposições sistemáticas, isto





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