A Origem das Espécies - Cap. 10: CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO Pág. 309 / 524

Porém, é uma lição admirável estar nas Colinas Setentrionais e olhar para as distantes Colinas Meridionais; pois, recordando que não muito longe para ocidente, os taludes setentrionais e meridionais encontram-se e fecham, podemos seguramente imaginar para nós próprios a grande cúpula de rochas que deve ter revestido o Weald num período tão limitado como desde a última parte da formação cretácica. A distância entre as Colinas setentrionais e meridionais é de aproximadamente 35 quilómetros, e a espessura das diversas formações é em média cerca de 335 metros, como me informa o Prof. Ramsay. Mas se, como alguns geólogos supõem, uma série de rochas mais antigas subjaz ao Weald, em cujos flancos os depósitos sedimentares sobrejacentes se podem ter acumulado em massas mais finas do que noutros lugares, a estimativa anterior seria errónea; mas esta fonte de dúvida provavelmente não afectaria muito a estimativa aplicada à extremidade ocidental da região. Se, então, soubéssemos o ritmo a que o mar comummente desgasta a linha da falésia de qualquer dada altura, podíamos medir o tempo necessário para erodir o Weald. Isto, evidentemente, não pode ser feito; mas podemos, de maneira a obter uma noção rudimentar sobre o assunto, pressupor que o mar desgastaria os rochedos a 150 metros de altura, ao ritmo de 25.4 milímetros por século. Isto parecerá à partida uma concessão demasiado modesta; mas é o mesmo que supor o desgaste de um penhasco com uma jarda de altura ao longo de toda uma linha costeira ao ritmo de uma jarda quase em cada 22 anos. Duvido de que qualquer rocha, mesmo tão suave como a cré, cedesse a este ritmo, excepto nos litorais mais desprotegidos; embora não haja dúvida de que a degradação de um penhasco elevado seria mais rápida devido à separação dos fragmentos.




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