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Capítulo 10: CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO

Página 310
Por outro lado, não creio que qualquer linha costeira com 16 ou 32 quilómetros de extensão sofra desgaste simultâneo ao longo de toda a sua extensão recortada; e temos de relembrar que quase todos os estratos contêm camadas ou nódulos mais duros, que pela resistência prolongada ao desgaste formam um quebra-mar na base. Por esta razão, em circunstâncias comuns, concluo que para um penhasco com 152 metros de altura, uma erosão de uma polegada por século para toda a extensão seria uma concessão generosa. A este ritmo, segundo os dados anteriores, a erosão do Weald deve ter exigido 306 662400 anos; ou, digamos, 300 milhões de anos.

A acção da água doce na zona ligeiramente íngreme do Wealden, quando elevada, dificilmente poderia ter sido grande, mas reduziria de alguma maneira a estimativa anterior. Por outro lado, durante as oscilações de nível, que sabemos que esta área sofreu, a superfície pode ter existido durante milhões de anos como terra firme, escapando assim à acção do mar: quando profundamente submersa talvez durante períodos igualmente longos, teria também escapado à acção das ondas costeiras. Pelo que com toda a probabilidade, uni período muito maior do que 300 milhões de anos decorreu desde a última parte do período secundário.

Fiz estas poucas observações porque é muito importante para nós obter alguma noção, por muito imperfeita, do decorrer dos anos. Durante cada um destes anos, em todo o mundo, a terra e a água foram povoadas por multidões de formas vivas. Quantas gerações se devem ter sucedido uma após outra, em número infinito, inabarcável pela mente, no longo decorrer dos anos! Olhe-se agora para os nossos museus geológicos mais ricos e que mísero espectáculo se nos depara!

Sobre a pobreza das nossas colecções paleontológicas.

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pág. 310 (Capítulo 10)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 310

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491