Outra consideração é digna de nota: nos animais e nas plantas que se podem propagar rapidamente e não têm grande mobilidade, há razão para suspeitar, como vimos anteriormente, que as suas variedades começam por ser geralmente locais; e que essas variedades locais não se propagam amplamente e suplantam as suas formas antecessoras antes de se terem modificado e aperfeiçoado num grau considerável. Segundo esta perspectiva, a probabilidade de se descobrir numa formação, em qualquer região, todas as fases iniciais de transição entre quaisquer duas formas é pequena, pois supostamente as mudanças sucessivas foram locais ou confinadas a algum sítio. Na sua maioria, os animais marinhos têm uma distribuição ampla; e vimos que nas plantas são os que têm a distribuição mais ampla que mais frequentemente apresentam variedades; pelo que, nos moluscos e outros animais marinhos, são provavelmente os que tiveram a distribuição mais ampla, excedendo muito os limites das formações geológicas europeias conhecidas, que mais frequentemente deram origem, primeiro, a variedades locais, e, por fim, a novas espécies; e isto mais uma vez reduziria significativamente as hipóteses de conseguirmos seguir a pista dos estágios de transição em qualquer formação geológica.
É preciso não esquecer que, hoje em dia, com espécimes perfeitos