A Origem das Espécies - Cap. 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS Pág. 349 / 524

Assim, mais uma vez, diversos observadores muito competentes crêem que as produções existentes dos Estados Unidos são mais intimamente próximas das que viviam na Europa durante alguns estágios terciários mais tardios, do que das que aqui vivem hoje; e se isto é assim, é evidente que as camadas fossilíferas depositadas hoje em dia nas praias da América do Norte estariam futuramente sujeitas a ser classificadas juntamente com camadas europeias mais antigas. Ainda assim, olhando para uma época remota no futuro, creio que não haverá dúvidas de que todas as formações marinhas mais modernas, nomeadamente, o Plioceno superior, o Pleistoceno e camadas estritamente modernas, da Europa, América do Norte e Sul, e Austrália, por conterem vestígios fósseis até certo ponto próximos e por não incluírem as formas que só se encontram nos depósitos subjacentes mais antigos, seriam correctamente classificadas como geologicamente simultâneas.

O facto de as formas de vida mudarem simultaneamente, no sentido lato atrás indicado, em partes distantes do mundo, impressionou imenso aqueles observadores admiráveis, os Srs. De Verneuil e d' Archiac. Depois de se referirem ao paralelismo das formas de vida paleozóicas em várias partes da Europa, acrescentam: «Se, impressionados por esta estranha sequência, voltamos a nossa atenção para a América do Norte e aí descobrimos uma série de fenómenos análogos, parecerá certo que todas estas modificações de espécies, a sua extinção e a introdução de espécies novas, não se podem dever a meras mudanças nas correntes marinhas ou outras causas mais ou menos locais e temporárias, mas que dependem de leis gerais que regem todo o reino animal.» O Sr. Barrande fez comentários persuasivos com a mesma finalidade. É, na verdade,





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