A Origem das Espécies - Cap. 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS Pág. 357 / 524

inteiramente possível, como vimos no caso de algumas formas silurianas, que uma espécie pudesse continuar a ser ligeiramente modificada em relação às suas condições de vida ligeiramente alteradas, e ainda assim reter ao longo de um vasto período as mesmas características gerais. Isto é representado no diagrama pela letra F14.

Todas as muitas formas, extintas e recentes, que descendem de A, compõem, como se observou atrás, uma ordem; e esta ordem, pelos efeitos contínuos da extinção e divergência de carácter, dividiu-se em diversas subfamílias e famílias, algumas das quais se supõe terem perecido em períodos diferentes, e outras terem persistido até aos dias de hoje.

Olhando para o diagrama, podemos ver que, se muitas das formas extintas, supostamente incrustadas nas formações sucessivas, fossem descobertas em diversos pontos na parte inferior da série, as três famílias existentes na linha superior tornar-se-iam menos distintas entre si. Se, por exemplo, os géneros a1, a5, a10, f8, m3, m6, m9 fossem desenterrados, estas três famílias estariam tão intimamente ligadas que provavelmente se teria de as unir numa grande família, quase da mesma maneira que ocorreu com os ruminantes e paquidermes. Porém, quem objectou a que se chamasse «intermédios em carácter» aos géneros extintos que assim ligaram os géneros ou famílias vivos, teria justificação, dado que estes não são directamente intermédios, mas são-no apenas por meio de um percurso longo e sinuoso, passando por muitas formas amplamente diferentes. Se se descobrisse muitas formas extintas acima de uma das linhas horizontais ou formações geológicas médias - por exemplo, acima da n.





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