No que se refere às plantas, há outro meio de observar os efeitos acumulados da selecção - nomeadamente, comparando, no jardim, a diversidade de flores nas diferentes variedades da mesma espécie; na horta, a diversidade de folhas, vagens, ou tubérculos, ou qualquer parte que se valorize, por comparação com as flores das mesmas variedades; e no pomar, a diversidade de frutos da mesma espécie, por comparação com as folhas e flores do mesmo conjunto de variedades. Veja-se a diferença nas folhas da couve, e a extrema semelhança das flores; como as flores do amor-perfeito são diferentes e as folhas semelhantes; como os frutos dos diferentes tipos de groselheira diferem em tamanho, cor, forma e penugem, e no entanto as flores apresentam diferenças muito ligeiras. Não se trata de as variedades que diferem muito num certo aspecto não diferirem de todo em todo noutros aspectos; isto quase nunca, talvez nunca, acontece. As leis da correlação de crescimento, cuja importância nunca se deve descurar, assegurarão algumas diferenças; mas, regra geral, não posso duvidar de que a selecção contínua de variações ligeiras nas folhas, flores ou fruto, produzirá variedades que diferem entre si principalmente nestes caracteres.
Pode-se objectar que o princípio de selecção foi reduzido a uma prática metódica durante pouco