A Origem das Espécies - Cap. 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Pág. 381 / 524

Ao discutir este assunto, poderemos ao mesmo tempo considerar um aspecto igualmente importante para nós, nomeadamente, o de as diversas espécies extintas de um género, que segundo a minha teoria descendem todas de um progenitor comum, poderem ter migrado (sofrendo modificações durante uma parte da sua migração) a partir da área habitada pelo seu progenitor. Se se pode mostrar que é isto o que quase invariavelmente acontece, que uma região, da qual os seus habitantes são maioritariamente próximos ou pertencem ao mesmo género que a espécie de uma segunda região, recebeu provavelmente num período anterior imigrantes oriundos destoutra região, a minha teoria será reforçada; pois podemos claramente compreender, segundo o princípio da modificação, por que razão os habitantes de uma região seriam próximos aos de outra região, a partir da qual foi povoada. Uma ilha vulcânica, por exemplo, elevada e formada à distância de algumas centenas de milhas de um continente, provavelmente receberia deste, com o passar do tempo, alguns colonos, e os seus descendentes, embora modificados, seriam ainda visivelmente próximos por hereditariedade aos habitantes do continente. Casos desta natureza são comuns, além de, como veremos melhor depois, inexplicáveis segundo a teoria da criação independente. Esta perspectiva da relação entre as espécies de uma região e as de outra não difere- muito (substituindo a palavra «variedade» por «espécie») da que foi recentemente apresentada num ensaio sagaz pelo Sr. Wallace, onde conclui que «todas as espécies começaram a existir simultaneamente no espaço e no tempo com outra espécie intimamente próxima, preexistente». Sei hoje por via epistolar que Wallace atribui esta coincidência à geração com modificação.

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