A Origem das Espécies - Cap. 13: CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação) Pág. 422 / 524

Mas como se sabe que estes animais e a sua prole são imediatamente destruídos pela água salgada, podemos na minha perspectiva ver a enorme dificuldade no seu transporte marítimo e daí a razão por que não existem em qualquer ilha oceânica. Mas seria muito difícil explicar, com base na teoria da criação, por que não teriam sido aí criados.

Os mamíferos oferecem outro caso semelhante. Investiguei cuidadosamente as mais antigas viagens, mas não concluí a minha investigação; até hoje, não encontrei um único exemplo inequívoco de um mamífero terrestre (excluindo animais domésticos mantidos pelos nativos) que habite uma ilha situada a 300 milhas de um continente ou grande ilha continental; e muitas ilhas situadas a uma distância bastante menor são igualmente áridas. As Ilhas Falkland, que são habitadas por uma raposa semelhante a um lobo, são o que há de mais próximo a uma excepção; mas este grupo não pode ser considerado oceânico, dado encontrar-se num banco ligado ao continente; além disso, no passado, os icebergues trouxeram pedregulhos para as praias ocidentais destas ilhas e podem ter transportado raposas, como tão frequentemente acontece hoje nas regiões árcticas. Porém, não se pode afirmar que pequenas ilhas não sustentarão pequenos mamíferos, pois estes ocorrem em muitas partes do mundo em ilhas muito pequenas, se perto de um continente; e dificilmente se pode nomear uma ilha na qual os nossos quadrúpedes mais pequenos não se tenham naturalizado e multiplicado bastante. Não se pode afirmar, com base na perspectiva comum da criação, que não houve tempo suficiente para a criação de mamíferos; muitas ilhas vulcânicas são suficientemente antigas, como mostram a estupenda degradação que sofreram e os seus estratos terciários: houve





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