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Capítulo 13: CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)

Página 421
sementes com ganchos, formaria uma espécie endémica, tendo um apêndice tão inútil como qualquer órgão rudimentar - por exemplo, como as asas engelhadas sob os élitros unidos de muitos escaravelhos insulares. Mais uma vez, as ilhas têm frequentemente árvores ou arbustos pertencentes a ordens que alhures incluem apenas espécies herbáceas; as árvores, como mostrou Alph. De Candolle, têm geralmente, seja qual for a causa, distribuições restritas. Portanto, seria pouco provável que as árvores alcançassem as ilhas oceânicas distantes; e uma planta herbácea, embora não tivesse qualquer probabilidade de competir bem-sucedidamente em estatura com uma árvore madura, quando estabelecida numa ilha, tendo apenas de competir com plantas herbáceas, poderia facilmente ganhar uma vantagem tornando-se cada vez mais alta e sobrelevando as outras plantas. Sendo assim, a selecção natural tenderia então frequentemente a aumentar a estatura das plantas herbáceas quando estas crescem numa ilha, independentemente da ordem a que pertencem, convertendo-as assim em arbustos e, por fim, em árvores.

No que se refere à ausência de ordens inteiras nas ilhas oceânicas, Bory St. Vincent observou há muito que nunca se encontrou batráquios (rãs, sapos, tritões) em qualquer das muitas ilhas que enfeitam os grandes oceanos. Esforcei-me bastante para verificar esta afirmação e constatei que é estritamente verdadeira. Garantiram-me, todavia, que existe uma rã nas montanhas da grande ilha da Nova Zelândia; mas suspeito de que esta excepção (se a informação estiver correcta) pode ser explicada pela acção glacial. Esta ausência geral de rãs, sapos e tritões em tantas ilhas oceânicas não pode ser explica da pelas suas condições físicas; na verdade, parece que as ilhas são peculiarmente bem ajustadas a estes animais; pois as rãs foram introduzidas na Madeira, nos Açores e nas Maurícias, e multiplicaram-se a ponto de se tornarem um transtorno.

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pág. 421 (Capítulo 13)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 421

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491