A Ilha Misteriosa - Cap. 22: CAPÍTULO IV Pág. 141 / 186

O certo é que, na manhã seguinte, a febre do doente baixara sensivelmente e os colonos recuperaram a esperança. Harbert, que ia retomando consciência a pouco e pouco, reconheceu Smith, Spilett e Pencroff, que manifestou esfusiante alegria.

Gedeão Spilett, esse, não escondeu a euforia:

- Está salvo! Graças a Deus! O ferimento é grave e até é bem possível que a bala tenha atravessado o pulmão, mas isso não é mortal...

Como é fácil de compreender, desde que estavam no curral, quase há vinte e quatro horas, os colonos apenas se tinham preocupado com o estado do jovem, esquecendo mesmo os perigos que os ameaçavam, caso os criminosos voltassem.

Agora, já mais descansados, Cyrus e o repórter lançaram mãos à obra, enquanto Pencroff permanecia gostosamente à cabeceira do ferido.

Os dois homens começaram por percorrer toda a cerca do curral e explorar as imediações. Todavia, não encontraram qualquer sinal ou rasto de Ayrton; conhecendo a bravura do amigo, concluíram que este, ao ser surpreendido, não capitulara sem luta. O que lhes parecia mais credível era que os bandidos, ao sentirem a aproximação dos colonos, tinham debandado, à excepção daquele que se atrasara e que ferira Harbert. Mas esse, pelo menos, estava morto. Quanto aos outros, deviam ter levado Ayrton, mas não era provável que o tivessem abatido, pois não se dariam ao trabalho de carregar o corpo.

- É preciso bater toda a floresta - decidiu Cyrus Smith -, e desembaraçar a ilha desses miseráveis! Afinal, Pencroff tinha razão... Devíamos tê-los tratado como animais selvagens e isso ter-nos-ia evitado as provações por que estamos a passar... Bem, pelo menos ficamos moralmente autorizados a abdicar de toda a piedade!

Entretanto, outro problema se





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