A Ilha Misteriosa - Cap. 24: CAPÍTULO VI Pág. 151 / 186

Ao princípio da tarde, encontraram vestígios da passagem de um pequeno grupo: alguns ramos quebrados, o chão revolvido e cinzas de uma fogueira. Quando a noite chegou, estavam a cerca de quinze quilómetros da Casa de Granito e resolveram acampar junto a um riacho, afluente do Mercy. A vigilância foi organizada com todo o rigor, ficando Harbert dispensado dessa tarefa, apesar dos seus veementes protestos.

No dia seguinte, a marcha prosseguiu com maior lentidão, porque a vegetação, cada vez mais densa, obrigava a sucessivas paragens para se desbravar o caminho. Nesse segundo dia, os colonos avançaram apenas nove quilómetros, mas voltaram a encontrar sinais dos piratas. Desta feita, as pegadas eram bem visíveis e correspondiam a cinco homens, obviamente os cinco malfeitores. Bastante dolorosamente, concluíram que Ayrton não estava com os bandidos e que, portanto, estes já o tinham morto! Patrulhada a parte restante da floresta que, como é sabido, terminava à beira do oceano, na costa ocidental da ilha Lincoln, não foram detectados mais vestígios dos piratas, o que levou Cyrus Smith a comentar:

- Isso não me espanta nada! Quando nadaram para a praia e se puseram em fuga, os celerados atravessaram o pântano dos Tadornos e meteram-se pela floresta adentro... Devem ter feito o mesmo percurso que nós fizemos, a julgar pelos sinais que encontrámos, e esbarraram neste litoral! Depois, perceberam que este não era o local ideal para se esconderem e seguiram para nordeste até que descobriram o curral...

- E quem nos diz que não voltaram para lá? - exclamou! Pencroff. - Partamos imediatamente, senhor Smith Acho, até, que andámos a perder tempo...

- Não, meu amigo - interrompeu o engenheiro. - É bom não esquecer que esta exploração de toda a floresta ocidental tinha, também, a finalidade de saber se este denso arvoredo não esconderia uma habitação.





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