A Ilha Misteriosa - Cap. 25: CAPÍTULO VII Pág. 157 / 186

Levaram-no para a cabana e o engenheiro Smith fez-lhe o relato dos acontecimentos e provações por eles vividos. Por fim, ficou decidido que não voltariam à Casa de Granito sem antes levar a cabo a exploração da montanha. O curral estava mais próximo e, além disso, tinham ali mantimentos e tudo o mais que precisassem. Subitamente, Pencroff observou:

- Há ainda outra coisa a fazer... uma travessia!

- Uma viagem? Aonde? - indagou Spilett.

- Sim, temos de ir à ilha Tabor! - respondeu o marinheiro. Temos de ir lá deixar uma mensagem a dizer onde estamos, para o caso do tal iate escocês ir lá buscar o Ayrton... Deus queira que não seja tarde de mais!

- Mas, Pencroff, como é que você pensa fazer essa travessia? - perguntou Ayrton.

- Ora essa! No Boaventura, está visto que...

- Mas, meu amigo - interrompeu Ayrton. - O Boaventura já não existe! Agora me recordo de ter ouvido, num destes últimos dias, os piratas a comentar que tinham espatifado o barco de encontro aos rochedos...

- Ai o meu Boaventura! Ah, os canalhas, que o inferno os trague! Os miseráveis... - O marinheiro estava consternado e Harbert bem tentou consolá-lo, mas em vão.

A destruição do pequeno veleiro era, na verdade, uma perda lamentável para os colonos. No entanto, impunha-se calma e bom senso, ficando decidido que outro barco se faria logo que possível, aproveitando-se o material e equipamento do brigue afundado. Em seguida, ultimados os preparativos para as buscas, puseram-se em marcha.

A base da montanha, ramificada em múltiplos contrafortes, formava como que um intrincado labirinto de vales cortados por linhas de água. Era justamente ali, no fundo daquelas estreitas gargantas, que o engenheiro Smith pensava que deviam intensificar as explorações.





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